quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

[0498] Um esclarecimento mais que necessário sobre uma autoria de Sérgio Frusoni - VER NOTÍCIAS SOBRE AS FESTAS DE NHU SANTU NOMI DI JESUS MAIS ABAIXO [ACTUALIZADO às 14h53, hora de Portugal]

O SEU A SEU DONO

Sérgio Frusoni
Não é por mal, a gente sabe. Mas que parece mal, não há dúvida alguma. Roubarem a propriedade intelectual a quem produz cultura é tão ou mais doloroso que o roubo de uma propriedade fixa ou móvel, salvaguardadas as devidas distâncias e os pesos de cada uma delas. Abastardarem escrito nosso, ainda pior, dado que quem lê uma poesia, romance ou texto de jornal, fica sem saber se a gralha ou a mistura de linhas se deve ao autor ou não. 

No caso vertente, nem sequer se trata de velhacaria, mas sim de asneira recorrente - que ambos os autores, já falecidos, dispensavam. B. Leza e Sérgio Frusoni são suficientemente grandes para não andarem misturados quando não é caso disso. Foram duas estrelas luminosas e ainda são, nos caminhos da música e da poesia cabo-verdiana, figuras das mais altas na grande constelação que o Mindelo produziu ao longo dos tempos. Aqui fica o esclarecimento do filho e nosso amigo, Fernando Frusoni.

Tenho ouvido vários  cantores interpretar a morna do meu pai, Sérgio Frusoni, “Tempe de Caniquinha “, mas não tive ainda o prazer de ouvir uma interpretação que tivesse utilizado na integra a versão original. O mais grave é que por vezes tenho ouvido utilizar palavras que não têm sentido e que não respeitam a rima seguida pelo meu pai. Ter lido no You Tube que esta morna foi composta por B. Leza e Sérgio Frusoni, deixou-me estupefacto. 

Devo esclarecer o seguinte: a morna foi escrita e musicada pelo meu pai e foi pela primeira vez interpretada pelo meu irmão  Franco Frusoni no Conjunto Cénico  Castilhano.

Uma parte da letra original encontra-se no livro de Valdemar Pereira “O Teatro é uma Paixão, a Vida  é uma Emoção “, página 178. Completei a letra que tenho de memória de tanto a ouvir cantar em casa.

Eis a letra original, para  quem a quiser conhecer:

TEMPE DE CANIQUINHA

Sanvecente um tempe era sabe
Sanvecente um tempe era ôte côsa
Cónde sês modjêr ta usába
Um lenço e um xales cor de rósa
Um blusa e um conta de coral

Cónde na sês bói nacional
Tá mornód tê manchê
Cónde sem confiança nem abuse
Tá servid quel cafê
Ma quel ratchinha de cúscús.
Cónde pa nôs Senhóra da Luz
Tinha um grande procisson
Cónde ta colóde Santa Cruz
Ta colóde pa San Jon
Lá na rebêra de Julion

Cónde ta cutchide na pilon
Tá cantá na porfia
Cónde ta tchuveba e na porte
Ta vivide que mas sôrte
E que mais aligria.

Povo ca ta andá moda agora
Na mei de miséria tcheu de fome
Ta embarcá ta bá  ‘mbóra
Sem um papel, sem um nome,
Moda um lingada de carvon.

Era colheita na tchôn
Era vapôr na bahia,
Oh Sanvecente daquês dia
Atê góte de Manê Jon
Tá ingordá na gemáda.

Lá pa quês rua de moráda
Era um data de strangêr
Era um vida folgáda
Ciçarône vida airáda
Ta nadába na dnhêr.

De nôte sentód na pracinha
M’ ta partí gônhe assim…
Pa mim pa bô, pa mim,
Pa mim pa bô, pa mim
Era tempe de caniquinha…

Génova, 11 de Janeiro de 2014
Fernando Frusoni


FESTAS DE NHU SANTU NOMI DI JESUS 2014


Feira de Artesanato

Com o objectivo de rentabilizar os recursos existentes, promover o auto-emprego, desafiar e diversificar a oferta (e com ela dinamizar a economia local), deste modo transformando as naturais fraquezas em oportunidades e valorizando o património, a Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago promove e organiza nos dias 23 (quinta-feira) e 24 de Janeiro (sexta-feira), das 10 às 18h00, no Largo do Pelourinho em Cidade Velha uma importante Feira de Artesanato. Esta mostra de artesãos, com os seus diversos produtos, é realizada em gostosa parceria com o Ministério da Cultura, a Direcção Geral de Turismo, a Curadoria de Cidade Velha e a empresa Mantenha, tendo o apoio de empreendedores locais.

Workshop de Economia da Cultura

Em muito positiva parceria com o Ministério da Cultura, a Direcção Geral do Turismo, a Curadoria de Cidade Velha e a empresa Mantenha, a Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago organiza no dia 23 (quinta-feira) e 24 de Janeiro (sexta-feira) no Largo do Pelourinho de Cidade Velha, às 15 horas, um workshop de Economia Local subordinado ao tema “Do Património ao Bolso”.

Pretende-se com esta iniciativa, que tem o apoio de empreendedores locais, rentabilizar os recursos existentes no Município, disponibilizar informações e promover o auto-emprego, com isso dinamizando a economia local e valorizando o património.

No workshop participam um representante do Banco da Cultura, José Lé de Matos, Jorge Matos e Luísa Janeirinho.

Conferência de imprensa


Visando a apresentação do Festival de Nhu Santu Nomi de Jesus, que se realiza em Achada Forte de Cidade Velha nos próximos dias 25 e 26, a Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago (que este ano colabora com um produtor na organização deste evento), realiza amanhã, quinta-feira, dia 23, às 11 horas, nas salas do Hotel Praia-Mar, na cidade da Praia, uma conferência de Imprensa na qual estarão presentes os artistas Gil Semedo, Edu, Djodje e Zé Espanhol, que atuam neste certame.

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