Passam hoje, 26 de Junho, seis anos que Cidade Velha foi reconhecida pela UNESCO, no seu Congresso de Sevilha (Espanha), como Património Material e Imaterial da Humanidade, o único atualmente existente em Cabo Verde, o que representou um importante êxito dos diplomatas, técnicos e historiadores nacionais que, para tanto, tiveram de superar diversas dificuldades.
Desde então, sobretudo graças ao envolvimento e empenho da população de Ribeira Grande de Santiago, o Berço da Nação cabo-verdiana tem aprofundado a investigação do seu património histórico e monumental, reforçado a importância e significado do seu turismo cultural que actualmente atrai a Cidade Velha mais de 50 000 visitantes/ano (segundo Estudos dos Impactes de Turismo elaborados), tornando-se mais cidade, e reformulando o seu aspeto urbanístico, ganhando novos espaços culturais e de lazer.
Devido ao dinamismo do seu desenvolvimento, superando as suas consabidas limitações orçamentais, Cidade Velha tornou-se um ex-libris de Cabo Verde, multiplicando o número dos seus amigos, sendo a Capital Cultural Cabo-Verdiana 2015 e uma das sete maravilhas portuguesas no mundo, inscrevendo-se também na Rota dos Escravos.
Defendendo estreitamente o seu valioso património das agressões de que possa ser vítima, a Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago (em colaboração exemplar e ativa com a Curadoria de Cidade Velha), atenta no muito que é necessário e urgente fazer para cumprir as metas já traçadas, designadamente:
- a melhoria do nível de saneamento, tendo em conta a existência de várias pocilgas dentro da cidade, a não utilização de casas de banho pelos moradores e a proliferação de resíduos, particularmente nas encostas;
- a atualização do plano de gestão do sítio, promovendo as várias dimensões que comportam a gestão deste bem, desde a reabilitação do património construído (arqueológico e arquitectónico) à reutilização dos monumentos, passando pelo turismo e a melhoria da qualidade de vida dos residentes;
- maior aproveitamento das potencialidade turísticas culturais, implementação de uma agenda cultural diversificada, com benefícios directos para a comunidade.
Estes são os maiores desafios em que estão ambas, Câmara Municipal e Curadoria, apostadas a dar positiva resposta.