Câmara Municipal de Lagos
Nota de Imprensa nº57
Data: 2010/04/27
CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOS ASSINA ACORDO DE GEMINAÇÃO COM MUNICÍPIO DE CABO VERDE
Cerimónia integrou o descerramento de placas toponímicas alusivas às cidades geminadas da Ribeira Grande de Santiago e de Torres Vedras, bem como a inauguração de uma exposição.
Os municípios de Lagos e da Ribeira Grande de Santiago (Cabo Verde) – vulgo “Cidade Velha” - assinaram, no último Sábado, dia 24 de Abril, o Acordo de Geminação que tem como objectivo um reforço e aprofundamento das relações institucionais já existentes desde 2006, por via do Acordo de Amizade e Cooperação então celebrado.
Na cerimónia, que decorreu no contexto das Comemorações do 36.º Aniversário do 25 de Abril, estiveram presentes os Presidentes dos dois municípios outorgantes – Júlio Barroso e Manuel Monteiro de Pina -, tendo a cerimónia sido testemunhada pelo Embaixador da Republica de Cabo Verde em Lisboa, Arnaldo Andrade Ramos, e pelo Presidente do também geminado Município de Torres Vedras, Carlos Soares Miguel.
Em acto contínuo, e para relevar a importância e significado destes acordos, foram descerradas duas novas placas que irão perpetuar na toponímia de Lagos os laços de amizade existentes com os municípios de Torres Vedras e da Ribeira Grande de Santiago.
Na ocasião foi igualmente inaugurada a Exposição de Fotografia intitulada “Da Vinha ao Vinho”, da autoria de Naná Sousa Dias, cedida temporariamente pelo Município de Torres Vedras, no quadro do intercâmbio cultural em que ambas as autarquias estão empenhadas.
Referindo-se ao acto, Manuel Monteiro de Pina, considerou ter sido dado um passo em frente no processo de cooperação que tem já quase cinco anos de vigência exemplar, salientando o facto de se completarem, no próximo dia 1 de Maio, 550 anos sobre a chegada dos portugueses, entre os quais, navegadores lacobrigenses, à Ribeira Grande. Com emoção, partilhou o orgulho e honra com que, séculos volvidos, os descendentes dos primeiros povoadores se abraçam com os filhos da que foi a cidade-mãe (Lagos) e agradeceu o apoio que a Câmara de Lagos tem prestado para que Ribeira Grande de Santiago vença as dificuldades e contrarie o destino de esquecimento e destruição.
O Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago recordou ainda que a Cidade Velha – berço da Nação e da Cultura cabo-verdianas - foi eleita uma das Sete Maravilhas Portuguesas no Mundo e considerada pela UNESCO Património da Humanidade, sendo também, desde Março último, Cidade da Tolerância e da Não Discriminação, títulos que enobrecem e fazem daquela uma digna irmã de Lagos.
O Embaixador de Cabo Verde em Lisboa congratulou-se, em nome do Governo da República, pela iniciativa, que reputou de grande simbolismo, uma vez que esta fecha o ciclo desde o sítio de onde se partiu (Lagos) até ao sítio onde se chegou (Ribeira Grande) e daí novamente até ao ponto de partida. Na sua intervenção Arnaldo Andrade Ramos lembrou que um mero acaso fez com que se encontrassem as ilhas desertas e a partir daí se operasse uma revolução tecnológica ao nível das navegações, mas também ao nível das novas plantações e dos efeitos na alteração da gastronomia e da dieta alimentar praticada na Europa.
Como testemunha convidada para a assinatura do Acordo de Geminação e a participar na Cerimónia de Descerramento das Placas Toponímicas, Carlos Soares Miguel, Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, recordou as palavras do poeta Vinicius de Moraes aludindo ao facto da vida se encarregar dos desencontros e dos actos de geminação constituírem a procura do encontro entre cidades irmãs.
Júlio Barroso encerrou a cerimónia, contextualizando e considerando o acto de Geminação com Ribeira Grande de Santiago e, em termos gerais, as parcerias nacionais e internacionais com lugares que no passado mais ou menos longínquo mantiveram relações privilegiadas e que partilham uma história comum com Lagos, como a componente mais ambiciosa do programa estratégico desenvolvido pela Câmara Municipal sob o mote “Lagos dos Descobrimentos” e onde – recorde-se - se integra um diversificado e vasto conjunto de acções, designadamente: encontros de natureza científica; a parceria com universidades e centros de investigação; a recriação histórica com o seu expoente máximo no Festival dos Descobrimentos; a criação de equipamentos de divulgação sobre a ciência e técnica dos descobrimentos (o Centro Ciência Viva de Lagos); a requalificação urbana e as acções de arqueologia associadas, com consequente valorização dos achados; e, a permanência da Caravela Boa Esperança naquele que é, reconhecidamente, o porto de origem dos Descobrimentos Portugueses.
Um significado que assume, nas palavras do Presidente da Câmara Municipal de Lagos, um valor acrescido no ano da passagem dos 550 anos sobre a morte do Infante D. Henrique, a qual será evocada através de um programa conjunto organizado pelos três Municípios que constituem a Associação Municipal Terras do Infante (Lagos, Aljezur e Vila do Bispo) e pela Câmara Municipal da Batalha.