Nuno Rebocho (1945, Queluz, Sintra, Portugal – 12.Janeiro.2012, Mafra, Portugal) foi um escritor, poeta, homem da rádio e jornalista. Participou na luta contra o Estado Novo de Salazar, chegando a ser preso durante cinco anos, por motivos políticos, na cadeia do Forte de Peniche.
Iniciou sua carreira na página juvenil do Diário de Lisboa, em 1963. Foi redactor da revista O Tempo e o Modo e da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, porém só viria a ingressar no jornalismo profissional em Abril de 1974 em jornais diários como o Jornal Novo, Tribuna, A Tarde, Jornal de Economia, O Século e nos semanários Vida Mundial, Novo Observador, O Sinal, Dez de Junho e Ideal. E também em revistas especializadas - Pesca & Navegação, TT-Todo o Terreno, Motor (foi director do suplemento de Turismo). Presença activa na imprensa regional - Notícias da Amadora, Comércio do Funchal, foi chefe de redacção de A Ponte (Montijo) e A Nossa Terra (Cascais). Desempenhou funções diversas - redactor principal, chefe de secção, sub-chefe de redacção, chefe de redacção. Em 1989 enveredou pelo jornalismo radiofónico, colaborando com Moliceiro FM (Aveiro), cronista da Rádio Comercial (programa de Turismo, de Carlos Amorim; programa de Rui Castelar) e de comentador. Ingressou na RDP (Radiodifusão Portuguesa), destacado para a Guarda durante um ano. Depois, foi editor, chefe do departamento de Informação Especial e chefe de redacção da RDP - Antena 2. Integrou conselhos de redacção e a Comissão de Trabalhadores da empresa radiofónica. Em Cabo Verde, colaborou com o semanário Horizonte, com Expresso das ilhas e com Liberal on-line (de que foi delegado em Lisboa) e foi assessor da Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago. Integrou os órgãos dirigentes da AJEPT, Associação de Jornalistas Portugueses de Turismo. Participou com poesia no tríptico de serigrafias de Silva Palmeira "A Lisboa", Centro Português de Serigrafias. Lisboa 1997. Foi comissário da Bienal do Mediterrâneo, Dubrovnik, Croácia, 1999. Animador cultural, organizou A Festa da Poesia, na Galeria Artdomus, S. Pedro de Sintra em 2000-2001; As Noites da Liberdade, na Biblioteca Museu da República e Resistência, Lisboa em 2005; A Poesia à Mesa, no restaurante Panela de Barro, Carnaxide em 2006. Foi vice-comissário da Festa da Poesia - Encontros de Poetas Portugueses, na Figueira da Foz em 2003/4/5. Organizou o Dia Mundial da Poesia, em 2006, em Penamacor. Participou nas Jornadas Poéticas de Artiletra (Cabo Verde), 2007; em Correntes d'Escrita, Póvoa do Varzim, 2007; na I Bienal de Cultura Lusófona-Encontro de Culturas, Malaposta-Odivelas 2007. Foi membro efectivo da AVSPE (Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores).
Autor de "Breviário de João Crisóstomo", "Uagudugu", "Memórias de Paisagem", "Invasão do Corpo", "Manifesto (Pu)lítico", "Santo Apollinaire, meu santo", "A Nau da Índia", "A Arte de Matar", "Cantos Cantábricos", "Poemas do Calendário", "Manual de Boas Maneiras", "A Arte das Putas" (poesia), "Estórias de Gente" (crónicas), "O 18 de Janeiro de 1934", "A Frente Popular Antifascista em Portugal", "A Companhia dos Braçais do Bacalhau" (investigação histórica), "Canções Peripatéticas" e "Histórias da História de Santiago (Cabo Verde)" (com prefácio de Joaquim Saial), entre outros. O seu derradeiro livro publicado em vida foi "A Ilha de Amianto". Está representado em diversas antologias e colectâneas em Portugal, Espanha e Brasil. Tem colaborado em catálogos para exposições de artes plásticas: Ramón Catalan, Deolinda, Carlos Eirão, Alfredo Luz, Edgardo Xavier, João Alfaro, Maria José Vieira, Ricardo Gigante, Ana Horta, Isabel Teixeira de Sousa, Nuno Medeiros, Viana Baptista, Teresa Ribeiro, Rico Sequeira, João Ribeiro, José Manuel Man.
O seu primeiro trabalho póstumo será o prefácio do livro "Poemas para a hora de ponta", editora Cordel d'Prata, de Joaquim Saial, a sair em Vila Viçosa a 25 deste mês de Janeiro e a 15 de Fevereiro em Lisboa.